Eterna andarilha das trilhas sonoras que tocam do
Brasil para Europa, Estados Unidos e Japão, a cantora baiana Carla Visi está
sempre provando da World Music, mesclando elementos universais com suas
raízes e apresentando esse resultado pelo mundo afora. Versátil, utiliza
diversas possibilidades de comunicação em sua conexão com o público:
canto, poesia, jornalismo, e engajamento político-social nas questões
ambientais e sobre essa bela pesquisa cultural sobre a MMB –
Música Mestiça Brasileira.
Carla sempre passeou por todos os gêneros da Música
Brasileira e o fez com maestria. Interpretou famosos compositores e
privilegiou também os da "nova safra" de cada
época. Relembrando parte de sua biografia podemos citar as passagens pela
Companhia Clic, Bloco Cheiro de amor (liderado por ela durante cinco
anos) e a projeto EME XXI - ao lado de Márcia Short e Cátia Guima. A
discografia é bastante generosa na diversificação de ritmos
explorados pela artista: axé, forró, baladas, rock, samba e muitas
participações em projetos especiais. Ao todo são 14 discos, com destaque
para os solos: "Carla Visita Gilberto Gil" e "Por todo
Canto", que ganhou dimensões internacionais e rendeu turnês pelo
Japão, Europa e Estados Unidos. A cantora também participou da primeira
edição do Brazilian Day London (Inglaterra), em 2009, Lavage de La
Madeleine (França), 24º Art Expo Philadelphia (EUA) e Festival
Latinoamericando de Milano (Itália).
1970
No dia 31 de agosto na Ladeira de São João, Cidade
de Salvador, Bahia, estreava nos palcos da vida Carla Virgínia Soares
Fernandes. E como sua mãe gostava de afirmar: “Carla começou a cantar desde que
deu o primeiro choro” e assim marca a sua entrada na família de cantoras Visi,
pois é bisneta, neta e filha de cantoras.
1980
Durante a infância e a adolescência a música sempre
esteve presente na vida de Carla. O sublime, o belo, o poético, o protesto, o
sofrimento, a tristeza, tudo ela encontrava nas canções. A sua maior referência
foi Elis Regina e D. Inaiá Visi, a sua mestra. Ela sempre me dizia: “Minha
filha, feche os olhos, sinta a música e solte a voz”.
1987
E foi soltando a voz que aos 17 anos, durante uma
palhinha inocente em um bar perto de sua casa, que Carla Virgínia se tornou
cantora profissional e ganhou seu primeiro cachê. Deste momento em diante, não
parou mais. A cantoria não impediu que Carla passasse no vestibular de
jornalismo da UFBA, onde teve o primeiro contato com a arte comunicação.
1990
Passou a integrar a banda baiana Cia Clic,
substituindo a cantora Daniela Mercury. Durante os cinco anos que permaneceu na
Cia Clic, Carla teve um grande aprendizado. Os integrantes da banda criavam e
participavam de todas as decisões e juntos fizeram os dois últimos discos do
grupo.
1995
Carla resistiu inicialmente ao convite da banda
Cheiro de Amor, porque não queria que a Cia Clic acabasse, e por ter receios de
como uma grande banda baiana trabalhava. O sucesso nos palcos e trios elétricos
pelo Brasil acabou sendo alcançado através de muito trabalho e
profissionalismo. Com a cançao “Vai sacudir, vai abalar” (1996), veio o
reconhecimento nacional. Gravou 4 CDs com a banda sendo que o segundo, “Cheiro
ao Vivo”, vendeu mais de 1,5 milhão de cópias. A música da banda Cheiro de Amor
na voz de Carla chegou à Europa, Estados Unidos e América do Sul.
Carla Visi em apresentação na Banda Cheiro de Amor - 1998 |
2000
Carla aceitou o convite e o desafio de fazer
carreira solo. Apesar do sucesso do grupo, ela estava ansiosa para trilhar
novos caminhos e poder se livrar dos rótulos e limitações que envolviam sua
carreira. O primeiro solo foi um projeto da Universal e MZA Music, dirigido e
idealizado por Mazzola. No disco “Só chamei porque te amo – Carla Visita
Gilberto Gil” (2001), “um compositor de linguagem universal e raízes tão fortes
que sua grande árvore sempre nos dá sombra e bons frutos”, afirma a cantora. O
repertório primoroso resultou de uma pesquisa da discografia de Gil da década
de 60 até meados de 80 e contou com arranjos de César Camargo Mariano, Lincoln
Olivetti, Zeca Baleiro, além do talento da nova geração de arranjadores da
Bahia: Cesário Leone, Radamés, Gérson Silva, Luciano Calazans e a genialidade
percussiva de Ramiro Mussoto.
2003
Depois de um longo processo de reintegração de
curso, Carla retorna à sala de aula na Faculdade de Comunicação da UFBA
(Universidade Federal da Bahia). “A música é minha comunicação maior e o
jornalismo me faz pensar a palavra, a comunicação”, explica Carla Visi. No
mesmo ano, Inaiá Visi, mãe e mestra de Carla, falece.
2004
A convite da Latina e da RCA Victor japonesa, Carla
Visi produz o disco Por Todo Canto e realiza uma turnê na Europa e Japão. Por
Todo Canto foi o seu primeiro disco independente cuja musicalidade mais
universal busca mostrar um Brasil de ritmia rica e “moderna”. André T faz a
direção e talentosos músicos criam essa linguagem aplaudida por todo canto que
passou.
Carla Visi, cada festa um espetáculo. |
2006
Nasce de parto normal em Salvador da Bahia, a filha
de Carla, Sarah Fernandes Faria Lima. Palavras da Carla mãe: “Não há
mulher no mundo que não se sinta poderosa depois de gestar, parir e alimentar
um novo ser. Ser este que desde pequeno transforma completamente sua visão de mundo
e nos faz perceber quais são as verdadeiras prioridades… prioridade 1, 2 e 3:
ser feliz, ser feliz, ser feliz”.
2007
Carla Visi ou Carla Virginia Soares Fernandes se
forma em jornalismo pela Universaidade Federal da Bahia. E começa a gravar o CD
Carla Visi e Eu que não chegou às lojas por questões burocráticas, mas os
internautas podem conferir algumas canções desse trabalho que pretende unir uma
das melhores cantoras da Bahia ao estilo que a consagrou. Axé!!
Carla Visi em ensaio fotográfico. |
2009
Viagens pelo mundo. Depois de uma certa ausência
dos vôos internacionais para cuidar da filha, Carla retoma com chave de ouro os
shows no exterior. Representa a alegria, a festa e a música da Bahia no
primeiro Brazilian Day London. Neste mesmo ano também participou da Lavage de
la Madeleine em Paris e cantou com J Veloso e Clifton Davis na 24th ART
EXPO em Filadélfia. Isso depois de participar por um ano do projeto EME XXI com
suas amigas Catia Guimma e Marcia Short.
2011
Mais uma vez Carla representa a musicalidade e a
alegria baianas na primeira edição do Brazilian Day Portugal. Toda uma
atmosfera de retorno do samba, chorinho, chula para as noites brasileiras,
principalmente na Bahia e o reconhecimento da Orkestra Rumpilezz do seu amigo
Letieres Leite inspiram Carla a pensar um novo conceito de MMB (música mestiça
brasileira).
Carla Visi é Encanto Mestiço! |
2013
Carla Visi canta Clara Nunes em um projeto 2013: “30
anos sem Clara Nunes”.
Os fãs aguardam ansiosos o retorno de Carla Visi ao Cheiro de Amor. |
OBRIGADA A CARLA PELA MUSICA E POR DIVIDIR SEU TALENTO!
ResponderExcluirQue blog maravilhoso!!
ResponderExcluirTão poucos o encontraram.
Parabéns por tão excelente trabalho.